domingo, 29 de agosto de 2010

Apagando as Pegadas - Contos & Crônicas - Josué G. de Araujo antes do Cordel

Prefácio

Devo levar a vida como uma formiguinha?
Rua Barão de Itapetininga, Centro, São Paulo; manhã de junho. Eu, no centro da maior cidade do Brasil. Todas as manhãs, passo por essa rua, aproximadamente às sete e meia da manhã, para o meu “petit déjeuner”, antes de chegar ao escritório, e me deparo com crianças dormindo sob uma abertura próxima a uma galeria chamada Califórnia.
São crianças de todas as idades, raças e cores; algumas são muito bonitas; mas, de alguma forma, preferem os perigos das ruas e dispensam a proteção dos pais (com quem o risco é maior). Outras perderam os pais. As FEBEM’s, proteção do governo? Não. Melhor ficar nas ruas.
Como ficar indiferente? Como entender? Nas escolas não me ensinaram nada sobre tudo isso.Se fôssemos formigas, tudo seria mais fácil; as formigas não precisam questionar nada, só pensam no trabalho e na perpetuação da espécie. Nada mais. Devo viver como uma formiguinha? Não tenho certeza se vivo de forma diferente de uma formiguinha. O que realmente eu faço para além de mim mesmo? O que é possível fazer? O que eu sei fazer? O que um poeta pode fazer?Um poeta faz o que lhe impõe a inspiração oriunda das musas, do espírito da divindade; a missão do poeta é transmitir à sua espécie humana as mensagens recebidas. Tudo é escrito
Nas páginas da alma, que por sua vez, transpira para as páginas da consciência e, finalmente, exterioriza através dos símbolos da linguagem escrita ou verbal. É desta forma que um poeta, um escritor, um músico, todos os representantes do mundo da Arte, recebem as suas inspirações, que são sempre mensagens de: conhecimento, alegria, rudimentos básicos de orientação para a elevação da alma humana e desenvolvimento intelectual, viabilizando a evolução espiritual.O que mais, além da evolução espiritual, poderia interessar aos deuses, no que concerne à espécie dos seres humanos? As mensagens não pertencem ao poeta, ao escritor, ao artista, enfim, não são direcionadas, exclusivamente, para o instrumento físico usado para a recepção; as mensagens são úteis para aqueles que têm a sensibilidade de percebê-las e fixá-las na própria consciência. Os poetas e todos os transmissores dessas mensagens são, coercivamente, usados pelos deuses. A recompensa dos poetas é o prazer de receber em primeira mão as mensagens impressas diretamente na alma; o toque místico dos dedos das mãos divinas nas linhas da sua alma provoca êxtase; orgasmo mental ao cérebro. Aqueles que as recebem em segunda mão, as mensagens já transformadas em símbolos gráficos ou oral, sentem um prazer mais abrandado, pois o cérebro é quem recebe em primazia e, em seguida, transfere à alma; ao contrário do poeta, as inspirações primam pela alma, objetivando alcançar o cérebro. Não sei quais os critérios usados pelos deuses na escolha dos poetas, no entanto, sei que escolhas erradas podem provocar danos à mente humana; só os verdadeiros poetas têm a faculdade de discernir os códigos das mensagens, com veracidade. Um dom é uma dádiva divina que exige desenvolvimento com desvelo e usufruto impessoal.

Livro lançado pela Editora Caravansarai do Rio de Janeiro: http://www.caravansarai.com.br/
Apagando as Pegadas - Contos e Crônicas - 100 páginas.
O primeiro livro foi um romance de 187 páginas - edição independente - "O Mistério da Bruxa de Areia Dourada".
Atualmente tenho lançado livretos em cordel pela editora Luzeiro em São Paulo. "O Coronel Avarento" - 32 páginas em versos - "O Mistério da Pele da Novilha" - 32 páginas em versos.
Encontrei-me no cordel. Dificil agora é pensar em prosa para escrever. O cordel dinamizou a minha vida literária.
Josué


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