sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aderaldo Luciano - Dr. em literatura da o seu Feliz Natal aos cordelistas


Olá, meus amigos do cordel, queria agradecer a todos vocês pelo carinho e pela paciência comigo nesse ano de lutas em prol de nossa arte. Estamos na história, fazemos a história e nela nos perpetuaremos. O cordel é maior do que nós. Neste Natal nasça a nossa vontade de nos organizarmos nacionalmente de maneira firme para alcançarmos voz mais alta e consolidada.
Estive à frente, nesse ano, do editorial da Luzeiro. Como em tudo na vida, com Varneci e Gregório, acertamos e erramos. Aos erros, buscamos a correção, aos acertos, a avaliação.
A todos vocês meu abraço, sempre!
Feliz Natal, Ano Novo de vitórias e que venha o Carnaval.
-- Aderaldo LucianoTelefones:Rio de Janeiro:(21)24575525 (res.)(21)88864247 (cel. Oi)(21)83426640 (cel. TIM)
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Inferno sem pavor (Josué G. de Araujo)

Devo a vida ao instinto
Nessa tal sobrevivência!
É assim que todo dia,
Sobrevivo à existência.
O instinto é quem me salva,
Despertando-me na alva.
Ter a alma de escritor
É entregar-se no deslumbre,
Com a paz só de vislumbre
Num inferno sem pavor.

O tédio é sufocante
E a poesia é salvadora
— Colírio paliativo! —
Grande amiga animadora.
Mas o barco majestoso
Nas águas do mar colosso,
Deriva sem horizonte,
Com bússola sem ponteiro
E o leme sem marinheiro.
O céu parece defronte!

No espelho a imagem,
É você se avelhantando.
Naquele corpo estranho,
Matéria sempre oxidando
E o disparate da vida,
A dor na alma sentida,
É que o corpo envelhece,
Mas a eterna criança
Conserva a esperança,
Vivendo, não se esmorece.

Em total catalepsia,
Com sua plena consciência,
Olhando pelas janelas
Diante dessa incoerência,
A figura envelhecida,
No espelho, desvanecida,
Insiste em ser você.
E o espírito imortal,
Permanece jovial,
Escravo, sempre a mercê.

As pessoas ao redor
Augurando como corvo,
Querem livrar do entulho,
Do improfícuo estorvo.
O espírito amordaçado
Oculto e agrilhoado,
Num paradoxo da vida:
Se, lá dentro ele evolui,
La fora o corpo dilui
Corrompendo a guarida.

No interior da carcaça
Um sábio em letargia
Tem que dormir acordado
Pra cumprir a profecia.
Sufocando seu desejo,
Vivendo só de sobejo,
Engolindo muito sapo,
Achando na solidão
Abrigo e proteção,
Sentindo-se como trapo.

Nessa furna de dois olhos
Contemplando a beleza,
Se cumpre a penitência,
A sanção da natureza:
Medida de repressão,
Visando a evolução,
Da sua própria essência,
Uma questão do espírito
Que lhe parece esquisito,
Sem você ter consciência!

Mesmo assim, você deseja
Tudo o que não pode ter.
Seus sonhos são impossíveis,
E você tenta esquecer!
Lá dentro, puro sadismo,
Lá fora, só masoquismo.
O belo fica mais belo
E a beleza é negada.
A velhice é descartada,
Para um mundo paralelo.

É realmente sufocante
O tédio da existência.
O espírito é cruel,
A vida é incoerência,
Uma absurda imposição,
Com arbítrio por opção:
— Ou a vida ou a morte —
Se a vida, pegue a enxada
E, se a morte, resta à espada.
É um jogo de esporte.

As águas correm pro mar
Por força da natureza.
Nada impede o seu caminho,
Não importa a profundeza.
Voando em nuvens no céu,
Correndo na terra ao léu
Adentrando pelas veias,
Nas artérias da terra,
Pelas estrias da serra,
Descendo sem quaisquer peias.

O planeta deflorado,
Conseqüência do progresso,
Pra salvar a humanidade
É o que diz qualquer congresso.
Quando a terra se queimar
E o verde se acabar,
Tudo estará terminado,
Vamos ser anjos sem asas,
Viver no inferno sem casas,
Com o Diabo malvado.

Extinção lá no inferno,
Esse risco, ninguém corre.
O céu já foi destruído
Por culpa de um grande porre:
Quando os anjos rebelados
Foram então engabelados,
Pela farsa da ambição,
O céu foi todo manchado.
O Diabo já alertado,
Cuidou da preservação.

Miríades exiladas
Do seio da divindade,
São sementes no astral
Que nascem na humanidade.
Infiltram-se na matéria,
Ocultando-se na artéria
Do humano sem juízo.
Usando desse instrumento,
Através do nascimento,
Retornar ao paraíso.

Toda manhã, de manhã
Embora o céu bem sereno
Sempre creio que o dia
Será de sol mais ameno.
Mas se pinta um temporal
Como guerra angelical,
E a procela brame forte
Temo que um raio certeiro
Atinja meu corpo inteiro
Rezo então, para ter sorte.

domingo, 29 de agosto de 2010

Apagando as Pegadas - Contos & Crônicas - Josué G. de Araujo antes do Cordel

Prefácio

Devo levar a vida como uma formiguinha?
Rua Barão de Itapetininga, Centro, São Paulo; manhã de junho. Eu, no centro da maior cidade do Brasil. Todas as manhãs, passo por essa rua, aproximadamente às sete e meia da manhã, para o meu “petit déjeuner”, antes de chegar ao escritório, e me deparo com crianças dormindo sob uma abertura próxima a uma galeria chamada Califórnia.
São crianças de todas as idades, raças e cores; algumas são muito bonitas; mas, de alguma forma, preferem os perigos das ruas e dispensam a proteção dos pais (com quem o risco é maior). Outras perderam os pais. As FEBEM’s, proteção do governo? Não. Melhor ficar nas ruas.
Como ficar indiferente? Como entender? Nas escolas não me ensinaram nada sobre tudo isso.Se fôssemos formigas, tudo seria mais fácil; as formigas não precisam questionar nada, só pensam no trabalho e na perpetuação da espécie. Nada mais. Devo viver como uma formiguinha? Não tenho certeza se vivo de forma diferente de uma formiguinha. O que realmente eu faço para além de mim mesmo? O que é possível fazer? O que eu sei fazer? O que um poeta pode fazer?Um poeta faz o que lhe impõe a inspiração oriunda das musas, do espírito da divindade; a missão do poeta é transmitir à sua espécie humana as mensagens recebidas. Tudo é escrito
Nas páginas da alma, que por sua vez, transpira para as páginas da consciência e, finalmente, exterioriza através dos símbolos da linguagem escrita ou verbal. É desta forma que um poeta, um escritor, um músico, todos os representantes do mundo da Arte, recebem as suas inspirações, que são sempre mensagens de: conhecimento, alegria, rudimentos básicos de orientação para a elevação da alma humana e desenvolvimento intelectual, viabilizando a evolução espiritual.O que mais, além da evolução espiritual, poderia interessar aos deuses, no que concerne à espécie dos seres humanos? As mensagens não pertencem ao poeta, ao escritor, ao artista, enfim, não são direcionadas, exclusivamente, para o instrumento físico usado para a recepção; as mensagens são úteis para aqueles que têm a sensibilidade de percebê-las e fixá-las na própria consciência. Os poetas e todos os transmissores dessas mensagens são, coercivamente, usados pelos deuses. A recompensa dos poetas é o prazer de receber em primeira mão as mensagens impressas diretamente na alma; o toque místico dos dedos das mãos divinas nas linhas da sua alma provoca êxtase; orgasmo mental ao cérebro. Aqueles que as recebem em segunda mão, as mensagens já transformadas em símbolos gráficos ou oral, sentem um prazer mais abrandado, pois o cérebro é quem recebe em primazia e, em seguida, transfere à alma; ao contrário do poeta, as inspirações primam pela alma, objetivando alcançar o cérebro. Não sei quais os critérios usados pelos deuses na escolha dos poetas, no entanto, sei que escolhas erradas podem provocar danos à mente humana; só os verdadeiros poetas têm a faculdade de discernir os códigos das mensagens, com veracidade. Um dom é uma dádiva divina que exige desenvolvimento com desvelo e usufruto impessoal.

Livro lançado pela Editora Caravansarai do Rio de Janeiro: http://www.caravansarai.com.br/
Apagando as Pegadas - Contos e Crônicas - 100 páginas.
O primeiro livro foi um romance de 187 páginas - edição independente - "O Mistério da Bruxa de Areia Dourada".
Atualmente tenho lançado livretos em cordel pela editora Luzeiro em São Paulo. "O Coronel Avarento" - 32 páginas em versos - "O Mistério da Pele da Novilha" - 32 páginas em versos.
Encontrei-me no cordel. Dificil agora é pensar em prosa para escrever. O cordel dinamizou a minha vida literária.
Josué